2.10.24

De Antologia, de Wallace Stevens

 «O BONECO DE NEVE


É preciso que a mente se faça Inverno

Para olhar o frio e os ramos

Dos pinheiros encrostados de neve


E ter tido frio durante muito tempo

Para ver os juníperos, hirtos de neve,

Os toscos abetos no distante brilho


Do sol de Janeiro; e sob o som

Do vento não pensar em dor alguma,

O som das poucas folhas,


Que é o som da terra,

Cheia do mesmo vento

Que sopra no mesmo deserto lugar


Para o ouvinte, que ouve na neve

E, nada sendo, nada vê do que

Ali não está e vê o nada que está.» [p. 25]


Antologia (tradução de Maria Andresen de Sousa) e outras obras de Wallace Stevens estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/wallace-stevens/

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