5.9.24

Sobre Os Intelectuais e a Organização da Cultura, de Antonio Gramsci

 Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: Os Intelectuais e a Organização da Cultura, de Antonio Gramsci, tradução e introdução de Rita Ciotta Neves


Em Os Intelectuais e a Organização da Cultura, Gramsci investiga a contradição entre a infraestrutura produtiva e as superestruturas sociais.

Conclui que os intelectuais não formam um grupo autónomo e independente, antes são determinados por grupos e classes sociais em conflito.

Os intelectuais, consciente ou inconscientemente, desempenham a função social que se desenvolve num contexto histórico concreto.



Antonio Gramsci nasceu em Ales, na ilha italiana de Sardenha, a 22 de janeiro de 1891. Cresceu com uma deformidade na coluna, provavelmente causada por um acidente na infância ou pelo mal de Pott, uma variedade de tuberculose.

Gramsci iniciou os estudos secundários em Santu Lussurgiu e completou-os em Cagliari, onde entrou em contacto com as ideias socialistas e se interessou pelo autonomismo sardenho. Era um aluno brilhante e recebeu uma bolsa para frequentar a universidade da já bastante industrializada cidade de Turim, onde se fixou em 1911, conheceu Palmiro Togliatti, estudou literatura e linguística e se deixou influenciar por Benedetto Croce.

Em 1913, filiou-se no Partido Socialista de Itália (PSI), tendo trabalhado em várias publicações, entre elas o Avanti!, jornal oficial do partido.

Converteu-se no dirigente da ala esquerda do PSI, fundando em 1919, com Togliatti, a revista L’Ordine Nuovo.

Em 1921, Gramsci aliou-se ao político Amadeo Bordiga e à fação comunista no interior do PSI. No mesmo ano, Bordiga, Gramsci e outros socialistas fundaram o Partido Comunista de Itália (PCI). No ano seguinte, Gramsci representou o partido no III Congresso da Internacional Comunista realizado em Moscovo.

Foi nessa época que conheceu a violinista Julia Schucht, com quem se casaria em 1923 e com quem teve dois filhos, o segundo dos quais nunca chegou a ver.

Em 1922 e no início do ano seguinte, o governo fascista de Mussolini desencadeou uma campanha de repressão contra os partidos de esquerda.

Em 1924, Gramsci, eleito dirigente máximo do PCI, venceu as eleições para deputado pelo Véneto, enquanto organizava o L’Unità. Vivia então em Roma, enquanto a família permanecia em Moscovo.

A 9 de novembro de 1926, o governo de Mussolini promulgou leis de emergência e Gramsci foi preso, apesar da sua imunidade parlamentar, e encerrado na prisão Regina Coeli.

Recebeu de imediato uma sentença de confinamento durante cinco anos na ilha de Ustica e, no ano seguinte, uma pena de prisão de vinte anos na prisão em Turi, perto de Bari.

Durante esses anos de prisão e apesar dos crescentes problemas de saúde, Gramsci escreveu mais de três mil páginas de história e análise. Os seus Cadernos do Cárcere são considerados uma muito original e em parte heterodoxa contribuição para a teoria e a filosofia marxistas. Recolheu influências não só de Karl Marx, mas também de pensadores como Maquiavel, Pareto, Sorel e Benedetto Croce. Esses escritos abordam questões como a história de Itália, o nacionalismo italiano, a Revolução Francesa, o fascismo, o taylorismo, o materialismo histórico, o Estado e a religião. Mas a sua contribuição mais original tem que ver com o conceito de hegemonia cultural desenvolvido na obra Os Intelectuais e a Organização da Cultura.

Antonio Gramsci morreu a 27 de abril de 1937, com 46 anos.


Mais informação em https://www.relogiodagua.pt/produto/os-intelectuais-e-a-organizacao-da-cultura/

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