«Poderei igualar-te a um dia de Verão?
És mais ameno e brando, e muito mais gentil.
Vacila ao vento rude o rebento em botão
E a vida do Verão, demasiado breve.
Queimando muita vez, o olho do céu brilha,
Muita vez sua face dourada se embacia;
E sempre o que é mais belo da beleza declina
Ao mando do destino ou natural porfia.
Mas não definhará o teu eterno Verão,
Nem a tua beleza há-de deixar de ser,
Nem a Morte dirá que em sua sombra és,
Quando, em eternos versos, no tempo tu cresceres.
Enquanto alento houver e houver humano olhar,
Hão‑de viver meus versos, e tu neles viver.» [Soneto 18]
31 Sonetos (trad. Ana Luísa Amaral) e outras obras de William Shakespeare estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/william-shakespeare/
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