3.10.22

De O Homem da Viola Azul, de Wallace Stevens

 



«V


Não nos falem da grandeza da poesia,

Das torcidas das tochas no subsolo,


Da traça das abóbadas sobre um ponto de luz.

Não há sombras no nosso sol,


O dia é desejo e a noite é sono.

Não há sombras em lugar nenhum.


A terra, para nós, é plana e nua.

Não há sombras. A poesia


Ao exceder a música, deve tomar o lugar

Do céu vazio e dos seus hinos,


Nós próprios em poesia devemos tomar-lhes o lugar,

Mesmo no arengar da tua viola.» [p. 15]


O Homem da Viola Azul (tradução, notas e posfácio de Maria Adelaide Ramos) e outras obras de Wallace Stevens estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/wallace-stevens/


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