23.6.22

Sobre As Formigas, de Boris Vian

 



Estas onze formigas — o número fetiche de Boris Vian — são contos em que a farsa surge do drama, a raiva se junta ao que é pungente e o humor mantém as emoções à distância. A maior parte das narrativas inspira-se numa expressão conhecida ou num cliché linguístico desenvolvidos de forma original. O estilo, esse, combina falso realismo com delírio onírico, o excesso cómico com o exagero feroz.

A morte, sob a forma de assassínio ou suicídio, está presente na guerra, na vida quotidiana das pontes de Paris e nos palcos do cinema, ligada ao sadismo, à fraqueza, ou até ao amor – mata-se, às vezes, aqueles que se amam.

E, como escreve o autor desta nova tradução [Jaime Rocha], «muitos dos títulos que nos parecem enigmáticos provêm de citações musicais» e na recolha original «quase todos os contos eram dedicados a músicos de jazz, com um trecho que esclarecia o título mas que em edições posteriores foi omitido».


As Formigas (trad. Jaime Rocha) e outras obras de Boris Vian estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/boris-vian/

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