29.4.22

Byung-Chul Han sobre A Polícia da Memória, de Yoko Ogawa



 

«No seu romance A Polícia da Memória, a escritora japonesa Yoko Ogawa fala de uma ilha sem nome. Uns casos estranhos inquietam os habitantes da ilha. As coisas desaparecem aí inexplicavelmente e mesmo de forma irrecuperável. Coisas aromáticas, cintilantes, reluzentes, maravilhosas: fitas para o cabelo, chapéus, perfumes, pequenos sinos, esmeraldas, selos e até rosas e pássaros. As pessoas já não sabem para que serviam todas essas coisas. Com elas, desaparecem também recordações.

Yoko Ogawa descreve um regime totalitário que, com a ajuda de uma polícia da memória semelhante à polícia do pensamento de Orwell, proscreve coisas e recordações da sociedade. Os indivíduos vivem num eterno inverno de esquecimento e de perda. Quem persegue recordações em segredo é preso. […]

A Polícia da Memória pode ler‑se em analogia com o nosso presente.» [Byung-Chul Han, Prólogo de Não-Coisas]





Não-Coisas (trad. Ana Falcão Bastos) e outras obras de Byung-Chul Han estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/byung-chul-han/


A Polícia da Memória, de Yoko Ogawa (tradução de Inês Dias), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/a-policia-da-memoria/


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