No último número do «Ípsilon», o suplemento cultural do «Público», Isabel Lucas entrevista o vencedor do Booker Prize, autor de «A Promessa», que acaba de ser publicado na Relógio D’Água.
«Com que voz(es) a África do Sul se pode contar na sua história recente? O que o tempo fez com ela e o que o tempo faz connosco? Esta indagação guiou Damon Galgut na escrita de “A Promessa”, romance com que ganhou em 2021 o Man Booker Prize. No momento da vitória ironizou. Não estava habituado a ser um vencedor. Essa ideia foi retomada nesta conversa com o Ípsilon a partir da Cidade do Cabo, onde Galgut vive e à qual regressou depois de semanas a lidar com o sucesso em Londres, esse desconhecido com que o escritor brinca agora, aos 58 anos, ainda sem saber bem lidar com ele.
Sai-lhe um sorriso tímido, uma ironia que está em tudo o que escreve, discreta, certeira, que lhe marca a crítica social, política. Um sorriso com que se olha na sua fragilidade aparente, no modo como se desafia desde que a morte quase o apanhou aos seis anos, com um cancro. Neste livro, Galgut olha a morte enquanto possibilidade de entender o tempo que passa. O tempo familiar, individual, e o tempo de um país, a África do Sul.
“A Promessa” narra a decadência de uma família ao longo de quatro funerais, um por década, e é simultâneo a história da queda de um país, desde Pieter Botha a Jacob Zuma. A história de uma promessa de pós-Apartheid que não se cumpriu com Nelson Mandela. Galgut chama-lhe comédia trágica ou tragicomédia. Fê-lo conquistar o Booker à terceira tentativa e ao nono romance, depois de ter estado na “shortlist” em 2003, com “The Good Doctor” e em 2010 com “Um Quarto Desconhecido”.»
[Isabel Lucas,«Ípsilon», 2022/01/07]
«A Promessa», de Damon Galgut, está disponível em: https://relogiodagua.pt/produto/a-promessa-pre-venda/
7.1.22
Isabel Lucas Entrevista Damon Galgut
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Relógio D'Água
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