«Se ler fosse caminhar, há parágrafos que nos conduziriam a clareiras, pátios secretos, jardins vazios. A lugares que talvez tenham passado desapercebidos a outros leitores. De Noites Brancas, de Fiódor Dostoievski, antes do encontro do narrador com a sua querida Nástenka, guardo o momento em que o primeiro personifica as casas de São Petersburgo. elas saúdam-no, contam-lhe as novidades, falam-lhe das suas alegrias e sofrimentos. O escritor russo deixa verter, numa ou noutra frase, o receio dos desvarios da arquitectura, mas é o momento infantil, cartoonesco, uma conversa imaginária com a cidade que, alegremente desencaminhado, retenho.» [José Marmeleira, Público, ípsilon, 1/10/2021]
Noites Brancas (trad. António Pescada) outras obras de Fiódor Dostoievski estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/fiodor-dostoievski/
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