15.6.21

De Rostos da Morte, de Byung-Chul Han

 



«A morte traz consigo uma retórica singular que a multiplica, que a torna um fenómeno, uma manifestação ou uma experiência viva. É uma eloquência singular que faz com que se pronuncie o “estar voltado para a morte”. A morte não é um simples ponto final, mas um ponto zero da vida, onde começa. A morte começou sempre já a falar, a apontar, a fazer de ventríloqua através da vida. Em torno da morte proliferam fenómenos. A morte faz com que se desenrolem metáforas e metonímias. Tal é a aparência necessária que faz com que a vida seja o que é. Mas o aparente não é o falso, não é o oposto do verdadeiro. A aparência não se limita a falsear o ser, mas faz com que ele se manifeste de um determinado modo, transformando-o assim em linguagem. A aparência glosa a morte.» [pp. 9-10]


Rostos da Morte (trad. Miguel Serras Pereira) e outras obras de Byung-Chul Han estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/byung-chul-han/

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