3.6.20

Um ano depois da morte de Agustina Bessa-Luís




Passa um ano desde que faleceu a escritora Agustina Bessa-Luís, cuja obra está a ser publicada pela Relógio D’Água. 
Ainda este mês será reeditada a sua obra «Santo António», com prefácio de José Tolentino de Mendonça.
Sairá igualmente a sua importante correspondência com o escritor e intelectual argentino Juan Rodolfo Wilcock, que terá o prefácio de Ernesto Montequin.
Entre as edições previstas para os próximos meses está também a de «Primeiros Contos e Outros Contos».

Maria Agustina Ferreira Teixeira Bessa nasceu no dia 15 de Outubro de 1922, em Vila Meã, Amarante. Viveu a maior parte da sua vida no Porto. Publicou o primeiro livro, a novela Mundo Fechado, em 1949, muito elogiado por Pascoaes e Aquilino. Seguiram-se, com especial destaque, os Contos Impopulares (1951-1953) e, em 1954, a duplamente premiado romance A Sibila, que, no dizer de Eduardo Lourenço, «deslocou o centro da atenção literária».
Agustina iniciou então, em vertiginoso ritmo, a edição de muitas dezenas de obras percorrendo todos os géneros literários, incluindo a imprensa periódica, simultaneamente com a representação do seu País em organismos internacionais, tais como o Congress for Cultural Freedom (1959) e a Communità Europea degli Scritori (1961/62). Recebeu a Laurea Honoris Causa da Università degli Studi di Roma «Tor Vergata» (2008).
Foi Sócia Emérita da Academia das Ciências de Lisboa. Viajou e usou da palavra por quase todo o mundo. Entre outros, foram-lhe conferidos os Prémios Ricardo Malheiros (A. C. L.) 1966 e 1977, o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores 1983, o Prémio Internacional União Latina 1997 e o Prémio Camões 2004.
«Eu considero-a com Fernando Pessoa um dos dois escritores verdadeiramente geniais que Portugal produziu no século XX, e creio que todos os outros estão muito, mas muito abaixo deles. Mais, para mim a Agustina é o maior escritor em prosa de toda a literatura portuguesa» (António José Saraiva, in António José Saraiva e Óscar Lopes: Correspondência).
Morreu com 96 anos, a 3 de Junho de 2019.

Os Incuráveis e outras obras de Agustina Bessa-Luís estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/agustina-bessa-luis/

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