29.6.20

Sobre Mario e o Mágico, de Thomas Mann




«Thomas Mann, que em 1918 publicou umas “Considerações de Um Apolítico” e que a partir de 1940, já exilado, proferiu discursos antinazis à nação alemã, teve um percurso político contraditório, mas esta novela alegórica de 1930 deve ser creditada como exemplo de lucidez. O mágico que espanta os veraneantes de uma estação balnear italiana (incluindo o narrador, que veio de Viena com a mulher e os filhos) não é um mágico como os outros: mais do que ilusionista ou prestidigitador, é um hipnotizador malévolo. Cipolla, o cavaliere, tem uma presença desagradável, grotesca mesmo, corcunda e de pingalim na mão, mas um discurso engenhoso. Faz números físicos, números de adivinhação, números cómicos, números de humilhação. E os italianos vão aderindo ao mágico, muito além da sua vontade.» [Pedro Mexia, E, Expresso, 27/6/2020]

Mario e o Mágico (trad. Helena Topa) e outras obras de Thomas Mann estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/thomas-mann/

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