2.3.20

Sobre A Poesia como Arte Insurgente, de Lawrence Ferlinghetti




Ferlinghetti é, aos 100 anos, o único sobrevivente da Beat Generation, de que foi um dos impulsionadores, ao lado de Jack Kerouac e Allen Ginsberg.
A Poesia como Arte Insurgente é o testemunho de uma geração para quem a poesia era sinónimo de subversão.

«A poesia é o que gritaríamos se nos encontrássemos numa selva escura, no meio do caminho da nossa vida.

Os poemas são arcos ardentes, os poemas são flechas de desejo, a poesia dá palavras ao coração.

A poesia é a verdade que revela todas as mentiras, o rosto sem maquilhagem.

O que é a poesia? O vento agita as ervas, uiva nos desfiladeiros.

Voz perdida e sonhadora, porta que pairou sobre o horizonte.

Ó flauta embriagada, ó boca de ouro, beijem‑se, beijem‑se em alcovas de pedra.

O que é a poesia? Um palhaço ri, um palhaço chora, deixando cair a sua máscara.

A poesia é o Hóspede Desconhecido na casa.

A poesia é a Grande Memória, cada palavra uma metáfora viva.

Poesia, o olho do coração, o coração do espírito.

As palavras esperam para renascer à sombra do candeeiro da poesia.

Com a primeira luz, um pássaro negro afasta‑se a voar — é um poema.» [De «O que é a poesia?»]

A Poesia como Arte Insurgente (tradução de Inês Dias) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/a-poesia-como-arte-insurgente/

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