9.3.20

Sobre O Gesto Que Fazemos para Proteger a Cabeça, de Ana Margarida de Carvalho




«No universo da língua portuguesa, contam-se pelos dedos os autores que revelam coragem e audácia para testar verdadeiramente os limites da forma romanesca. Entre eles, destaca-se Ana Margarida de Carvalho, tanto pela hábil experimentação de novos processos narrativos como pelo luxo quase barroco da sua prosa. Em 2016, com “Não Se Pode Morar nos Olhos de Um Gato” (Teorema), ofereceu-nos um verdadeiro prodígio literário, no qual um conjunto de personagens muito díspares — isoladas numa praia brasileira, entre uma falésia intransponível e o oceano onde se dera o naufrágio do navio negreiro em que viajavam — se transformam numa improvável “máquina comunitária”, capaz de sobreviver a tudo, muito à conta da capacidade de fixar e repetir as suas histórias. Agora, em “O Gesto Que Fazemos para Proteger a Cabeça”, a autora volta a propor-nos um tour de force arriscadíssimo, em forma de saga alentejana comprimida num só dia, entre “dois entardeceres”, ao longo de seis capítulos bastante extensos, cada um atravessado por uma única frase, labiríntica e cinzelada com minúcias de ourives.» [José Mário Silva, E, Expresso, 7/3/2020]


De Ana Margarida de Carvalho a Relógio D’Água editou também o livro de contos Pequenos Delírios Domésticos, que venceu o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco 2017. Ambos os livros estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/ana-margarida-de-carvalho/

Sem comentários:

Enviar um comentário