5.3.20

Sobre A Autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein




«É impossível dizer quanta verdade nos apresenta um livro de memórias. É a verdade como Gertrude a conta. Não existe a verdade absoluta. (…) Utilizar a voz de Alice foi um excelente mecanismo.» [Maira Kalman, «Lit Hub», 4/3/2020, a propósito das ilustrações que fez para a recente edição da Penguin de «The Autobiography of Alice B. Toklas»]

Gertrude Stein era uma jovem escritora de 28 anos quando, em 1903, regressou a Paris e aí passou a residir com o seu irmão Leo.
Em 1907, chegou à capital francesa Alice B. Toklas, igualmente originária de uma abastada família californiana. 
Conheceram-se, e Alice Toklas tornou-se assistente de Gertrude e depois sua companheira.
A sua vida parisiense passava-se na Rue de Fleurus, onde aos sábados à tarde recebiam escritores e pintores no salão da casa de Gertrude.
Picasso era visita frequente, com a sua «risada espanhola», assim como Cézanne, Matisse, Juan Gris, Scott Fitzgerald, Apollinaire, Cocteau, Pound e Hemingway.
Como diz Alice Toklas, «os génios vinham para conversar com Gertrude Stein» e «as mulheres faziam sala comigo».
Este livro é de facto a autobiografia de Gertrude Stein, escrito do aparente ponto de vista de Alice Toklas, e está repleto de histórias sobre os escritores e pintores que conheceu nessa época, uma crónica dos agitados anos artísticos e literários parisienses do começo do século xx. O estilo é audacioso, cúmplice e sarcástico. Foi escrito em apenas seis semanas em 1932.

«A Autobiografia de Alice B. Toklas» tem tradução de Margarida Periquito.

De Gertrude Stein, a Relógio D’Água editou também Paris França. Mais informação sobre as duas obras aqui: https://relogiodagua.pt/autor/gertrude-stein/

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