Isabel Lucas entrevistou Jokha Alharthi, a propósito de Corpos Celestes, o primeiro livro da escritora omanense publicado em Portugal, vencedor do Man Booker International Prize 2019.
«“Penso que ao contar as histórias das personagens, o romance tinha de abordar o ritmo de mudança em Omã nos últimos tempos; não podia existir um pano de fundo estático. Claro que é um romance, um mundo imaginado, para que os leitores percebam que a política e a história podem ser melhor explorados noutras palavras.” […]
Alharthi vai dando sem dar tudo, deixando ao leitor uma liberdade muitas vezes inquietante. Omã mudou rapidamente também para as mulheres no passado recente. Elenca as conquistas: Primeira: “Educação. Há cinquenta anos, poucas mulheres omanenses tinham oportunidade de estudar. A não ser que vivessem no exterior. Agora está assente que todas as raparigas têm o direito de ir para a universidade, dentro ou fora de Omã.”» [Jokha Alharthi em entrevista a Isabel Lucas, ípsilon, Público, 6/3/2020]
Corpos Celestes narra a vida de três irmãs na aldeia de al-Awafi, em Omã.
Mayya, que casa com Abdallah após um desgosto amoroso; Asma, casada por obrigação; e Khawla, que rejeita todas as propostas enquanto espera pelo seu amado, que emigrou para o Canadá.
Estas três mulheres e as suas famílias testemunham o desenvolvimento de Omã, de uma sociedade tradicional e esclavagista, passando pela era pós-colonial, até aos dias de hoje, marcados por um presente complexo.
Elegantemente estruturado e sempre tenso, Corpos Celestes é um romance que vê o seu potencial desenrolar-se na narrativa do desenvolvimento de Omã através dos amores e perdas de uma família.
Corpos Celestes (tradução de Inês Dias) está disponível nas livrarias e em https://relogiodagua.pt/produto/corpos-celestes/
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