21.2.20

Sobre Mademoiselle Fifi e Contos da Galinhola, de Guy de Maupassant




Mademoiselle Fifi não é uma jovem francesa, mas a alcunha de um oficial do exército prussiano que invade a França em 1870.
Durante algum tempo a sua perversa brutalidade desfaz todos os obstáculos que lhe surgem no caminho. Mas um dia, em que partilha com outros oficiais a rotina dos vencedores, decide organizar uma festa com prostitutas normandas. E é então que lhe surge a inesperada resistência dos vencidos.
Neste livro José Saramago traduz trinta e cinco contos de Guy de Maupassant. E, como escreve no prefácio, que fez para os Contos e Novelas do autor de Horla e A Casa Tellier: «Maupassant agita-se neste mundo de dor, de violência, neste mundo sôfrego e inquieto que quer e não sabe o que quer — agita-se violento e violentado como qualquer outro seu irmão de condição, esmagado de mistério e de ansiedade, buscando um sentido de vida, sentindo essa mesma vida fugir-lhe como areia por entre os dedos que quereriam prender tudo, segurar tudo. Truculento, capaz de escárnio, destruidor de conformações morais e sociais, Maupassant não pode afinal reprimir o impulso de amor e piedade que em si despertam os destroços que ele próprio causou. É como se a si próprio se destroçasse, é como se de si próprio se apiedasse.»

Mademoiselle Fifi e Contos da Galinhola (tradução e prefácio de José Saramago) e Bel-Ami (tradução de Miguel Serras Pereira) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/guy-de-maupassant/

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