18.2.20

Sobre Corpos Celestes, de Jokha Alharthi




«Desde 2016, quando se transformou no mais importante prémio de tradução para a língua inglesa, o Man Booker International fez incidir as luzes da ribalta em duas escritoras praticamente desconhecidas fora dos seus países: a sul-coreana Han Kang, logo na primeira edição do novo formato, e a polaca Olga Tokarczuk, em 2018 (ano a que corresponde o Nobel de Literatura que lhe foi atribuído há poucos meses, em simultâneo com Peter Handke). Jokha Alharthi, autora de “Corpos Celestes”, vencedor da última edição do prémio, é um caso de descoberta ainda mais radical, não só por se tratar do primeiro romance escritor por uma mulher de Omã a ser traduzido para inglês, mas porque configura uma das primeiríssimas manifestações da literatura feminina traduzida no sultanato que fica na extremidade oriental da Península Arábica. Quando em 2004 publicou “Manamat”, a sua estreia literária, Alharthi estava na verdade a lançar o segundo romance alguma vez escrito por uma mulher de Omã (o primeiro é de 1999). […]
À falta de uma tradição na qual se pudesse inscrever, a autora criou de raiz um mundo ficcional sólido, coeso e bastante complexo. De início, o livro parece centrar-se no percurso de três irmãs — Mayya, Asma e Khawla —, raparigas casadoiras que vivem em al-Awafi, uma aldeia não muito distante de Mascate, a capital. Aos poucos, porém, percebemos que elas são apenas três dos muitos fios que compõem o tecido do romance.»


Corpos Celestes (tradução de Inês Dias) está disponível nas livrarias e em https://relogiodagua.pt/produto/corpos-celestes/

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