«E assim chegamos a um Baudelaire precursor de “The Waste Land”. Já o Yeats modernista, muito superior ao Yeats jovem, o do folclore celta, esse Yeats que parece contrariar a “impessoalidade da arte”, Eliot elogia-o justamente porque evoluiu e porque fez da “expressão da personalidade” um “símbolo geral”. Todos os outros ensaios sobre poesia supõem estas discussões contemporâneas, das quais Eliot era parte empenhada: o que é uma “dicção poética”?; em que medida é que o “verso livre” é livre se não podemos dispensar a prosódia?; o verso dramático será ou não tão artificial como a prosa dramática?; o modernismo “anglo-americano” é sobretudo americano?; como é que um poeta de uma língua (Poe) se tornou tão influente em poetas de outra língua (Baudelaire, Mallarmé, Valéry)?; como é que um poeta (Poe de novo) pode conquistar a sua posteridade através de uma autopoética, ainda que incipiente? O mesmo acontece com os textos sobre ideias, tanto mais que um dos fios condutores destes “Ensaios Escolhidos” é a relação entre o prazer da leitura e a empatia na crença.» [Pedro Mexia, E, Expresso, 4/1/2020]
De T. S. Eliot a Relógio D’Água editou também Poemas Escolhidos.
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