15.10.19

Sobre O Custo de Vida, de Deborah Levy




«Deborah Levy encara o rescaldo de um divórcio aos 50 anos, e o luto pela morte da mãe, num brilhante livro de memórias que é igualmente um ensaio sobre feminismo e criação literária

Em “Coisas Que não Quero Saber” (Relógio D’Água, 2018), Deborah Levy assume a hesitação como “elemento essencial da escrita”. O não saber como contar algo, os atalhos e o circunlóquios, as derivas e as elipses, tudo isso faz parte de um processo de autoconhecimento que é por natureza precário. Quase no fim de “O Custo de Vida”, na sequência de um luto narrado com um discrição que chega a ser comovente, Levy identifica-se com a célebre réplica de Hamlet, “Palavras, palavras, palavras”, afirmando: “Creio que ele está a tentar dizer que se sente inconsolável.” Quando colocadas no lugar que ficou vazio e se tornou indizível, “as palavras podem encobrir tudo o que importa”. Mas às vezes é só isso que nos resta.» [José Mário Silva, E, Expresso, 24/08/2019]

O Custo de Vida (trad. Frederico Pedreira) e Coisas Que não Quero Saber (trad. Ana Falcão Bastos) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/deborah-levy/


O mais recente romance de Deborah Levy, The Man Who Saw Everything, será em breve editado pela Relógio D’Água, com tradução de Alda Rodrigues.

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