21.2.19

Sobre Persuasão, de Jane Austen




«Foi muitas vezes notada (e quase tantas vezes censurada) a aparente indiferença de Austen aos grandes eventos históricos do seu tempo. Apesar da ténue sombra das guerras napoleónicas, Persuasão continua a não ter espaço para a Revolução Francesa nem para os debates abolicionistas; mas é revolucionário noutro sentido. Mais radical ainda do que ser um romance antiaristocracia e pró-meritocracia, parece ser também um romance antifamília e pró-afinidade. É um livro ferozmente contra a obrigação de aceitar o que nos cabe à nascença e a favor de procurar o que queremos em lugares mais improváveis. O pai e a irmã mais velha podem ansiar por restaurações imaginárias ou privilégios superficiais; Anne apenas anseia por boa companhia, de preferência longe deles.» [Do Posfácio de Rogério Casanova]

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