8.1.19

Sobre Juro não Dizer nunca a Verdade, de Javier Marías




«Porventura a contracorrente, Javier Marías, escritor espanhol maior, não se nega à palavra pública nem despreza a espuma dos dias. Parece até duvidar do tão falado “silêncio dos intelectuais””: “Nos inquéritos sobre a confiança que inspiram ou a aprovação que merecem os diferentes colectivos e instituições, ‘os intelectuais’ (…) obtêm menção bastante elevada. Será pouco, mas aqui não estamos, a maioria, calados, felizmente, ainda que nem sempre argumentemos com brilho. Cada um faz o que pode, mas pelo menos a coragem não tem faltado”, excerto de uma das 95 crónicas do “El País” reunidas neste livro e que abarcam os anos de 2013 a 2015. Mas porque o mundo é complexo e redondo, numa outra, “Cativos”, o cronista não deixa de acompanhar Eco, pelo menos quanto à poluição palavrosa: “Creio que nunca se falou tanto como hoje e que nunca se teve tão pouca consciência de se falar tanto. É como uma doença.”» [Ana Cristina Leonardo, Expresso, E, 5/1/2019]

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