14.12.18

Sobre Um Bailarino na Batalha, de Hélia Correia




Mário Santos escreve no «ípsilon» sobre «Um Bailarino na Batalha», de Hélia Correia: «Um magnífico poema narrativo épico. E em prosa.»

«Um Bailarino na Batalha é um (magnífico) poema narrativo épico em prosa (não encontro melhor maneira de descrever, com brevidade e justiça, o livro) que prolonga a eloquência nobre de A Terceira Miséria (o último volume de poemas de Hélia Correia, publicado em 2012). Vivemos sitiados pela indústria da ficção jornalístico-realista de alegada ‘denúncia’, ou divertimento , e por um certo lirismo miúdo e lamuriento. A obra de Hélia Correia — com a sua dicção alta e meditada, o seu andamento largo, herbertiano, bíblico e homérico, a sua assombrosa capacidade de mitificar o real quotidiano, transfigurando-o, poética e politicamente — vem recordar-nos que, nestes novos tempos sombrios, a literatura pode continuar a ‘servir’ para aguçar o sentido das “palavras da tribo” (salvando-as das “armadilhas da informação”, por exemplo). Ainda que estas, as palavras, provavelmente nem ossos hão-de deixar nas areias dos desertos. Porque “o esquecimento tudo esquecerá”.
Poderemos dizer que Um Bailarino na Batalha narra também uma travessia do deserto. Uma travessia tragicamente ilusória. Um grupo de caminhantes, exilados do seu quotidiano por sabidas atrocidades guerreiras, busca alcançar o mar e o que há para além do mar: uma ‘terra prometida’ chamada Europa.» [Mário Santos, Público, ípsilon, 14/12/2018. Texto completo aqui. ]


O mais recente livro de Hélia Correia pode ser adquirido através do site da Relógio D’Água aqui.

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