22.10.18

Sobre A Terra de Naumãn, de H. G. Cancela




«O quinto romance de H. G. Cancela — nome literário de Helder Gomes Cancela — passa-se numa fronteira de civilizações e é uma fantasia pré-apocalíptica muito diferente do livro anterior. Em As Pessoas do Drama (Relógio d’Água, 2017), livro vencedor da mais recente edição do Grande Prémio de Romance e Novela da APE, o escritor partia da obsessão de um homem por uma actriz. Agora, em A Terra de Naumãn, explora um momento da vida do planeta há mais ou menos 65 milhões de anos, quando se deu “a quinta extinção em massa da história da Terra”, e confirma — se dúvidas ainda havia — Cancela como um dos mais sólidos escritores contemporâneos. Apesar da proximidade com a ficção científica, o livro apresentado na contracapa como um “conto juvenil” ou uma “fábula”, não descola totalmente do que tem sido o território ficcional deste escritor; antes o consolida. Estão lá o explorar dos limites do humano — no caso, de uma espécie ancestral —, a solidão, a violência, a moral, os paradoxos entre precariedade e permanência, aspereza e fragilidade, a identidade e uma ideia de mundo original que parte da linguagem, mais precisamente de eficaz um encadear de palavras capazes de conferir um pouco de verosimilhança ao mais inverosímil. A acção situa-se no Planalto de Naumãn onde vive um povo que venera o fogo e o futuro.» [Isabel Lucas, Público, ípsilon, 19/10/2018. Texto completo aqui.]

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