18.10.17

Lincoln no Bardo vence Booker Prize





O romance de George Saunders Lincoln no Bardo ganhou ontem o Man Booker Prize, o mais importante prémio literário depois do Nobel.
George Saunders, escritor norte-americano nascido em 1958, tornou-se conhecido pelos seus livros de contos, inicialmente publicados em revistas como a The New Yorker ou a Harper’s Bazaar. Por estas publicações recebeu por quatro vezes o National Magazine Award.
Posteriormente reuniu os seus contos em várias antologias, duas das quais — Pastoralia e Dez de Dezembro — foram publicadas em Portugal.
George Saunders é também autor de um volume de ensaios, The Braindead Megaphone, saído em 2007.
Lincoln no Bardo, editado pela Relógio D’Água em Julho de 2017, com tradução de José Lima, foi o seu primeiro romance, distinguindo-se, como a sua obra anterior, por uma nova forma de entender a literatura e trabalhar a linguagem, permitindo ao leitor alcançar emoções únicas irrepetíveis. Na medida em que luta contra as antigas formas de expressão literária, característica dos mais inovadores romancistas contemporâneos (Karl Ove Knausgård, Zadie Smith, Cormac McCarthy), Lincoln no Bardo ocupa um dos lugares mais destacados na ficção actual.
Da longlist e da shortlist do Booker Prize fizeram parte obras como The Ministry of Utmost Happiness, de Arundhati Roy, 4 3 2 1, de Paul Auster, Exit West, de Mohsin Hamid, Home Fire, de Kamila Shamsie, Swing Time de Zadie e Autumn de Ali Smith.

Lincoln no Bardo é o primeiro romance de George Saunders. Nestas páginas, o autor revela-nos o seu trabalho mais original, transcendente e comovedor. A ação desenrola-se num cemitério e, durante apenas uma noite, a história é-nos narrada por um coro de vozes, que fazem deste livro uma experiência ímpar que apenas George Saunders nos conseguiria dar.
Ousado na estrutura, generoso e profundamente interessado nos sentimentos, Lincoln no Bardo é uma prova de que a ficção pode falar sobre as coisas que realmente nos interessam. Saunders inventou uma nova forma narrativa, caleidoscópica e teatral, entoada ao som de diferentes vozes, para nos fazer uma pergunta profunda e intemporal: como podemos viver e amar sabendo que tudo o que amamos tem um fim?

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