21.9.17

Sobre O Duplo, de Fiódor Dostoievski




«Se é verdade óbvia que Dostoievski viria a refinar processos, eliminar rudezas e colmatar lacunas composicionais, certo é que mesmo um livro de juventude como O Duplo antecipa muitos dos abismos humanos, dos remoinhos da psique que hão-de assombrar as mais consumadas realizações do escritor.
(…)
Os perseguidos e torturados, esses seres convulsos das obras tardias, têm um antepassado distante em Goliádkin. Acossado por uma duplicação de si, demasiado real para ser alucinatória, demasiado inverosímil para ser fruto do acaso, o conselheiro titular já alimenta no seu íntimo a convulsão das vidas descritas pelas obras-primas da fase final da obra do autor.» [Hugo Pinto Santos, revista Caliban, 2/9/17, texto completo em https://revistacaliban.net/a-figura-espelhada-6c91afcab88e ]

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