7.4.17

Sobre A Poesia como Arte Insurgente, de Lawrence Ferlinghetti




«Nos textos aqui reunidos, que se recusam a pousar em definitivo no aforismo, no poema, ou no manifesto, todo o discurso é utópico. Essa utopia consiste, fundamentalmente, em conceber o poético como suprema rebeldia, acção erguida e reerguida em permanente vigor, “primeira língua antes da escrita” (p.51). A poesia como figuração directa, implacavelmente próxima do pulsar das coisas. É toda a indignação do poeta que aqui reage contra um mundo estagnado e estéril. Dirigida contra consciências e corpos parados que esperam a morte — “A poesia não é uma ocupação sedentária, não é uma prática do género ‘sente-se, por favor’. Levanta-te e diz-lhes o que pensas.” (p.15) Qualquer um destes textos forma um clamor de rebelião que procura na poesia a expressão mais capaz da liberdade e da afirmação mais plena — “Os poemas são notícias sobre os confins mais distantes da consciência, vindos da sua fronteira em expansão” (p.53).» [Hugo Pinto Santos, Caliban, 5/4/17, texto completo aqui.]

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