10.4.17

Entrevista a Karan Mahajan




«O atentado bombista, a que o Sr. e a Sra Khurana não assistiram, foi um acontecimento arrasador e cheio de repercussões.” A primeira frase do livro põe o leitor perante o trauma que será o motor de A Associação das Pequenas Bombas (Relógio d’Agua), o segundo romance do indiano Karan Mahajan. Em Maio de 1996, o mercado de Lajpat Nagar, no sul de Nova Deli, foi alvo de um atentado terrorista. Treze pessoas morreram ao rebentar “uma bomba de pequena dimensão”. Entre as vítimas estavam os dois filhos do Sr. e da Sra. Kharana, dois rapazes de 11 e 13 anos. O amigo de ambos, Mansoor, ia com eles e sobreviveu, mas a sua existência passou a ser para sempre determinada por um antes e um depois da bomba.
É esta a tragédia definidora não apenas das suas vidas, mas de todo o livro que se estrutura à volta da impossibilidade do luto após um atentado terrorista. Não há luto possível para o terror porque há no terror qualquer coisa de global. A ideia atravessa o romance. “O bom atentado bombista começa em todo o lado ao mesmo tempo. Um mercado cheio de gente também começa em todo o lado ao mesmo tempo”, continua o livro que tanto se passa na intimidade de cada uma das personagens como se alarga, tentando conquistar o domínio universal.» [Isabel Lucas, Público, ípsilon, 7/4/2017; entrevista a Karan Mahajan: https://www.publico.pt/2017/04/09/culturaipsilon/noticia/contra-o-olhar-miope-sobre-terrorismo-e-religiao-1767616 ]

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