23.3.17

Sobre A Balada do Café Triste, de Carson McCullers




«No momento em que se assinalam cem anos sobre o nascimento de Carson McCullers (e 50 sobre a sua morte), a Relógio D’Água decidiu em boa hora editar ou reeditar todos os livros da escritora, uma das mais importantes do chamado Southern Gothic.“A Balada do Café Triste”, de 1951, é um bom exemplo do seu génio e da sua desesperada melancolia. (…) A construção narrativa é perfeita; a prosa, de um vigor e brilho raros. Notável, a atenção aos pormenores, o corcunda, por exemplo, tem mãos “como patitas sujas de pardal”. No fim, em jeito de coda, espreitamos um grupo de doze homens, prisioneiros que tapam buracos numa estrada. Cantam juntos e o seu canto parece brotar da própria terra ou cair do céu. “É uma música que dilata o coração de quem a ouve e provoca estremecimentos gelados de medo e êxtase.” Tal e qual a escrita desolada, belíssima, de McCullers.» [José Mário Silva, Expresso, E, 18-3-2017]

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