6.6.16

Sobre O Leão de Belfort, de Alexandre Andrade





«Autor de dois romances, entre os quais o esplêndido Benoni (1997), Alexandre Andrade (n. 1971) talvez seja mais naturalmente um autor de ficções curtas, e muitíssimo idiossincráticas, como as reunidas em As Não-Metamorfoses (2004) ou em Quartos Alugados (2015). O Leão de Belfort, noveleta urbana, é um quase-ensaio disfarçado de deambulação ficcional pelas ruas de Paris, essas que são “como uma noveleta cheia de incidentes e isenta de moral”. O Leão do título é uma estátua parisiense, do mesmo escultor que concebeu a Estátua da Liberdade. (…) Tal como em livros anteriores, Andrade acumula acidentes, cambiantes, detalhes eruditos ou facetos; investiga o “romance de aprendizagem”, entendido como uma “comédia do ideal”; questiona a literatura mimética, a das “metamorfoses”. Embora menos forte do que os títulos acima citados, O Leão de Belfort é um divertimento sofisticado, que multiplica histórias porque desconfia delas, ou antes, porque as histórias bastam, a vida basta, e não é forçoso que se comuniquem.» [Pedro Mexia, Expresso, E, 4-6-2016]

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