7.9.15

A chegar às livrarias: Em Movimento — Uma Biografia, de Oliver Sacks (trad. José Miguel Silva)





«O livro Em Movimento parece, de facto, ser uma obra de despedida, resenha de uma vida, despida de preconceitos ou outras reservas, onde o autor transmite as recordações que quis que perdurassem em letra de forma para quem o quisesse ler. Desde a distinção honorífica que recebeu da rainha Elizabeth à ternura dedicada a seus pais, ao irmão esquizofrénico e a outros familiares, às suas origens judaicas, ao reconhecimento da dedicação de alguns amigos e colaboradores. Das situações que lhe despertaram emoções. Daquilo que lhe deu prazer, como as motas e os halteres, o mergulho, as viagens, as amizades e paixões, a profissão médica e a escrita.» [Vítor Oliveira, Presidente da Sociedade Portuguesa de Neurologia, Expresso, 5/9/2015]


«Via doentes com a atenção, minúcia e empatia dos grandes clínicos do século XIX e escreveu magistralmente sobre vítimas de síndromas neurológicos clássicos, autistas, psicóticos, surdos, cegos. Cientista e artista, houve prémios criados especialmente para ele por partilhar tão bem os dois dons. Alguns neurologistas escapavam ao seu encanto – “O homem que julgou que os doentes eram uma carreira literária” – mas para a maioria, e para filósofos, poetas, quem se maravilhe com a vida, foi fonte de inspiração.

Dizia-se judeu ateu e a ateus convictos (dos que dizem não ter um corpo mas ser um corpo) a sua obra não levantará questões metafísicas. A crentes e agnósticos inseguros talvez sugira que a alma reside no hemisfério direito do cérebro (salvo, talvez, nos canhotos).» [José Cutileiro, Expresso, 5/9/2015]

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