29.10.13

A chegar às livrarias: Cansaço, Tédio, Desassossego, de José Gil






«Uma vez admitida a noção de “vida heteronímica”, trata-se então de explorar todo um campo que até agora mereceu pouca atenção. Múltiplas questões nascem, cuja sondagem se revela pertinente para a compreensão de tal e tal heterónimo. Por exemplo, porque é que Fernando Pessoa faz morrer Caeiro e mais nenhum heterónimo? Ou: como caracterizar o corpo de Caeiro a que o poeta neopagão se refere constantemente? A estas perguntas, os dois primeiros ensaios deste livro procuram responder. Mas inúmeras outras pedem resposta: porque é que Álvaro de Campos interfere na relação amorosa de Fernando Pessoa e Ofélia (quando nenhuma relação desse tipo se vislumbra na obra do engenheiro naval)? Porque é que o patrão Vasques se destaca no deserto da paisagem humana do Livro do Desassossego? (…)
Este conjunto de textos divide-se em duas partes: na primeira, explora-se uma ínfima área da “vida heteronímica” formada por “acontecimentos e elementos” reais dessa vida, no caso exclusivo de Alberto Caeiro. Na segunda parte, o campo analisado remete para os mecanismos de construção da “subjectividade” heteronímica (estendendo-a ao teatro); e para o mapa — a traçar, em toda a sua complexidade — dos afectos que atravessam o Livro do Desassossego e o corpo de Bernardo Soares.» [Da Nota Prévia]

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