10.5.13

Sobre Clarice Lispector





«Quem nunca roubou não vai me entender. E quem nunca roubou rosas, então é que jamais poderá me entender. Eu, em pequena, roubava rosas. (…) O que é que fazia eu com a rosa? Fazia isso: ela era minha. (…) Também roubava pitangas. (…) Nunca ninguém soube. Não me arrependo: ladrão de rosas e de pitangas tem cem anos de perdão. As pitangas, por exemplo, são elas mesmas que pedem para ser colhidas, em vez de amadurecer e morrer no galho, virgens.» [Clarice Lispector, «Cem anos de perdão», in A Descoberta do Mundo]

 


Por acordo com a editora Relógio D’Água, o Ípsilon vai publicar nove crónicas de Clarice Lispector, ou seja, uma por semana durante a Exposição que lhe é dedicada na Fundação Calouste Gulbenkian. Os textos são extraídos de A Descoberta do Mundo.
Hoje, 10 de Maio, foi publicada «Cem anos de perdão», de que acima se reproduz um excerto.

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