No Atual do Expresso de 3 de Março, Hugo Pinto Santos escreve sobre Middlemarch, de George Eliot: «O equilíbrio destes e de miríades de outros acidentes — “quem observe atentamente a secreta convergência dos destinos humanos vê como lentamente se preparam os efeitos de uma vida sobre a outra” — demonstra a mestria arquitectural deste romance e revela o “elemento de tragédia presente no que é habitual”.»
Também no Atual, Clara Ferreira Alves escreve sobre Guy de Maupassant. «O conto, a sua forma concisa, curta e eficiente, a sua economia narrativa, deve tanto a Tchékhov como a Maupassant, e Maupassant escreveu dezenas de contos e novelas.»
Diz ainda, a propósito de Bel-Ami: «Uma história de poder, dinheiro e de sexo repete-se em ciclo, com cenário diferente e figuras iguais. A linguagem de Bel-Ami assegura a intemporalidade e universalidade, aceitando o humor e recusando a amargura. Maupassant era, como o seu mestre moralista, Flaubert, um escritor de burgueses que desprezava burgueses. Sem a violência proletária de Zola nem o romantismo de Dumas, estas personagens existem num aquário social onde os peixes pequenos são devorados pelos grandes e as mulheres são pequenos peixes coloridos. Georges Duroy, predador promovido a Georges Du Roy, é punido pela insatisfação. Como o seu criador, poderia tomar como epitáfio que tudo desejava e nada lhe dava prazer.»
Sem comentários:
Enviar um comentário