Entre os Actos é um
inovador romance em que as “correntes de consciência” de diferentes personagens
se entrecruzam em torno de uma peça teatral representada ao ar livre num dia de
1939, e que acaba por devolver aos que a ela assistem o espectáculo que eles
próprios representam. O centro é ocupado por Isa e Giles, um casal reunido pelo
amor e o ódio dos gestos de infidelidade.
O livro, que ficaria sem uma
revisão final da autora e seria publicado por Leonard Woolf alguns meses depois
da morte de Virginia, revela uma escritora em plena posse das suas capacidades
criativas. A sua atmosfera é a da incerta claridade, ou como diria Jorge de
Sena, “de uma luz acesa dentro do nevoeiro do tempo”.
Situado em Maycomb, uma pequena cidade imaginária do
Alabama, durante a Grande Depressão, o romance de Harper Lee, vencedor do
Prémio Pulitzer, em 1961, fala-nos do crescimento de uma rapariga numa
sociedade racista.
Scout, a protagonista rebelde e irónica, é criada com o
irmão, Jem, pelo seu pai viúvo, Atticus Finch. Ele é um advogado que lhes fala
como se fossem capazes de entender as suas ideias, encorajando-os a refletirem,
em vez de se deixarem arrastar pela ignorância e o preconceito. Atticus vive de acordo com as suas convicções. É então que
uma acusação de violação de uma jovem branca é lançada contra Tom Robinson, um
dos habitantes negros da cidade. Atticus concorda em defendê-lo, oferecendo uma
interpretação plausível das provas e preparando-se para resistir à intimidação
dos que desejam resolver o caso através do linchamento. Quando a histeria
aumenta, Tom é condenado e Bob Ewell, o acusador, tenta punir o advogado de um
modo brutal. Entretanto, os seus dois filhos e um amigo encenam em
miniatura o seu próprio drama de medos, centrado em Boo Radley, uma lenda local
que vive em reclusão numa casa vizinha.
«O estilo de Harper Lee revela-nos uma prosa enérgica e
vigorosa capaz de traduzir com minúcia o modo de vida e o falar sulistas, bem
como uma imensa panóplia de verdades úteis sobre a infância no Sul dos EUA.» [Time]
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