No suplemento Atual, do Expresso de 25 de Fevereiro de 2012, Ana Cristina Leonardo escreve sobre Contos Escolhidos, de Isaac Babel: «Os livros são como tudo: há maus, medíocres, sofríveis, bons e excelentes. Contos Escolhidos, de Isaac Babel (1894-1940), pertence à última categoria. (…) Como escreveu a crítica britânica Margaret Drabble, a obra de Babel “cheira a guerra e cavalos, cebolas e arenques, fome e sangue”. A escrita fragmentária, paradoxal, na qual a comicidade casa com a crueldade, sai reforçada por associações surpreendentes, incoerências, repetições, construções em elipse. Regada com um humor mordaz e colorido, é uma escrita telúrica (e, nesse sentido, bem russa) que tanto nos horroriza como nos faz soltar gargalhadas. A prosa é precisa (o mot juste espreita todos os parágrafos), transmitindo, embora, uma espécie de nonchalance que a aproxima do puro jogo.»
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