20.2.12

A Relógio D’Água na revista Os Meus Livros de Fevereiro de 2012




Neste número da revista Os Meus Livros, Hugo Pinto Santos escreve sobre O Lago, de Ana Teresa Pereira: «Como noutros livros da autora, existe uma actriz. Jane envolve-se com Tom, seu encenador, de forma aniquiladora, e a criatura transforma-se em personagem, e vice-versa. Uma vez mais, não é o enredo o mais relevante, mas o sortilégio da palavra e a terrível beleza, os lugares (Londres), as paisagens espectrais e nevadas, o culto de certos gestos e artefactos. Mesmo os nomes de capítulos (“Pedaços de Espelho”, “O Outro Lado”) são como segredos selados, vestígios desesperadamente discretos sob os quais parece pulsar o sangue do mistério — “As palavras eram simples, mas sentia as correntes subterrâneas” (p. 19), “Debaixo das palavras, como um curso de água, uma corrente de medo” (p. 33) — tensões que nunca se resolverão. Felizmente.»



Num artigo sobre Gonçalo M. Tavares, João Morales diz de Canções Mexicanas: «… é um fresco povoado por figuras que forçam a fronteira entre uma existência verosímil e uma crueza que surge da sua invenção. Curtos contos, onde impera a economia narrativa mas não a amplitude da sua leitura. “O Cavalo de Quixote, magríssimo / —Metafísico estais. / — Es que no como.”, começa o conto “O Cavalo”, para terminar: “Na quarta vez o padre suicidou-se de outra forma, recomeçou o muchacho, completamente diferente na quarta vez.”»


Neste número da revista Os Meus Livros dá-se conta da chegada às livrarias de Middlemarch, de George Eliot: «Neste romance que é, para muitos, o mais importante romance publicado no período vitoriano (escrito em 1871-1872), Eliot aborda temas fulcrais da vida moderna: arte, religião, ciência, política, carácter, sociedade e relações humanas. A narrativa recorre a diversas personagens: Dorothea Brooke, a heroína; Edward Casaubon, o estudioso; Tertius Lydgate, um médico brilhante de duvidosa moralidade; ou Fred Vincy e Mary Garth, namorados de infância.»


Na lista dos livros disponíveis e recomendáveis nas livrarias consta também Diário de Oaxaca, de Oliver Sacks: «Um dos mais conhecidos investigadores da mente humana (autor do célebre O Homem Que Confundiu a Mulher com Um Chapéu) conta-nos a viagem que realizou com alguns colegas da American Fern Society a Oaxaca, uma província no México. A sua paixão pela história natural, aliada à riqueza da cultura humana, filtradas por um olhar atento e minucioso, resultam numa obra apelativa, que vive da informação sobre o território, a flora e população locais.»

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