16.1.12

A Relógio D'Água no Expresso de 14 de Janeiro de 2012



No suplemento Atual, do Expresso de 14 de Janeiro de 2012, Pedro Mexia escreve sobre Lagoeiros, o último livro de poesia de João Miguel Fernandes Jorge: «Ninguém encena melhor esse teatro de sombras do que este poeta, com a sua sintaxe elíptica, as inversões vocabulares, os devaneios cromáticos, os adjectivos sintéticos, os remates luminosos como flashes. Alguns textos passam do particular ao geral com grande elegância e tornam-se poemas dramáticos, como “As Caldeiras” e “Hotel da Penha de França”, exercícios de quase ficção ou de intensidade emocional. Do museu vivo fazem também parte alguns encontros imediatos furtivos, “ao modo de Kavafis”, poemas de sedução comovida e fria, que tornam homens concretos em figuras abstractas. E que acendem na noite um “pequeno fogo” precário.»


Ainda no Atual, António Guerreiro entrevista Hermínio Martins, acerca da sua mais recente obra, Experimentum Humanum: «Hermínio Martins fez quase todo o seu percurso de professor e investigador nas universidades inglesas e americanas. Isso explica parcialmente o relativo desconhecimento (fora de um círculo estrito das ciências sociais) da sua obra em Portugal. No entanto, perante um livro como o que publicou há alguns meses, Experimentum Humanum. Civilização Tecnológica e Condição Humana (Relógio D’Água), é preciso lê-lo e reconhecê-lo como uma figura cimeira das ciências sociais e humanas em Portugal, alguém que atravessa de maneira notável as fronteiras das disciplinas e passa produtivamente da sociologia à filosofia, à epistemologia e à história da ciência e da cultura, o que faz de Experimentum Humanum uma daquelas obras raras, no rigor científico, no diálogo de saberes, na capacidade de penetrar nas questões essenciais do nosso tempo.

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