1.11.11

Don DeLillo em Portugal




No Atual de 29 de Outubro, Clara Ferreira Alves, enviada pelo Expresso a Nova Iorque, entrevista Don DeLillo, que neste momento se encontra em Lisboa como convidado do Lisbon & Estoril Film Festival.
A introdução de Clara Ferreira Alves (CFA) abunda em generalidades controversas («o autor americano»; «o que torna DeLillo universal é o modo como trata […] a alma americana»; etc.). Por outro lado, a jornalista parece ignorar as obras do autor publicadas em Portugal. Refere White Noise e Underworld pelos títulos em inglês (saíram em Portugal como Ruído Branco e Submundo), citando outras obras em português, como O Homem em Queda e Ponto Ómega. A entrevistadora não menciona também a adaptação cinematográfica em curso do romance de DeLillo Cosmópolis (realização de David Cronenberg e produção de Paulo Branco).




Na entrevista, o autor de Ruído Branco, aborda, a dada altura, o seu primeiro livro, Americana, recentemente publicado pela Relógio D’Água. A propósito desse romance DeLillo afirma: «Ao cabo de dois anos dentro do livro, senti que era um escritor. Mesmo que este livro nunca seja publicado, mesmo que nunca seja acabado, sou um escritor. Já tinha deixado o emprego.»




CFA interroga DeLillo sobre o que existe na sua obra de Camus, Genet, Proust e Joyce. O autor de Ruído Branco, Mao II e Libra, sublinha apenas a sua relação com Joyce: «Sobretudo Joyce. A beleza da linguagem. O Joyce do Ulisses. Lembro-me de ler as três primeiras páginas de Ulisses nesse quartinho e ainda me vejo a lê-las, com o sol a entrar pela janela. A beleza pura da língua inglesa, que no meu trabalho se tornou a língua americana.»
FV

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