2.5.11

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Em O Olhar da Mente, Oliver Sacks conta-nos histórias de pessoas que vivem o dia-a-dia sem se isolarem do mundo, apesar de terem perdido o que a maioria de nós consideraria indispensável: a fala, a capacidade de reconhecer rostos, o sentido tridimensional do espaço, a capacidade de ler e de ver. Para todas estas pessoas, o desafio é a adaptação a uma nova forma de estar no mundo.
Sacks explora alguns paradoxos estranhos — pais que conseguem ver perfeitamente bem mas que não conseguem reconhecer os próprios filhos, e pessoas cegas que se tornam hipervisuais ou que navegam o mundo através do sistema de “visão lingual”, um dispositivo que assenta na língua e que permite a uma pessoa cega ver através de impulsos electromagnéticos. O autor considera ainda algumas questões fundamentais: Como vemos? Como pensamos? Qual a importância da imagem interna, ou da visão, neste contexto? Por que tem o ser humano uma potencial capacidade universal e aparentemente inata para ler, se a escrita tem apenas cinco mil anos?
Oliver Sacks conta-nos ainda a história sobre o cancro que contraiu e os efeitos desconcertantes provocados pela falta de visão de um dos olhos.
O Olhar da Mente é uma abordagem da complexidade da visão e do cérebro e do poder da criatividade e adaptação humanas. Dá-nos também uma nova perspectiva do poder da linguagem e da comunicação, à medida que procuramos imaginar o que será ver com os olhos ou mesmo com a mente de outra pessoa.



Quando Tchékhov, então um jovem médico, partiu para a ilha de Sacalina em Abril de 1890, ninguém compreendeu as suas motivações. Ele próprio, incapaz de se explicar, falou de mania sachalina.
Nabokov fez-se eco dessa perplexidade: «Normalmente, os críticos que escrevem sobre Tchékhov repetem que acham de todo incompreensível o facto de, em 1890, o escritor ter empreendido uma viagem perigosa e fatigante à ilha de Sacalina para estudar a vida dos condenados aos trabalhos forçados.»
Trata-se, de qualquer modo, do episódio mais estranho da vida de Tchékhov. Tendo decidido investigar aquele lugar maldito, pôs-se a caminho, em condições mais do que precárias. Decidira não se apresentar como jornalista e não possuía qualquer carta de recomendação ou documento oficial. Após dois meses e meio de viagem extenuante, o mais provável era ser obrigado a regressar.
Enfrentou o frio, a chuva, as inundações, e os incêndios, e finalmente lá estava, ao largo da Sibéria, a ilha de Sacalina: «Em redor o mar, no meio o inferno.»

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