11.8.10

Entrevista a José Gil





[LL] O que é ser professor de filosofia?
[JG] É fazer com que aquele acontecimento que não se sabe o que é, e que Platão classfiicou como o «espanto» diante de existir, se prolongue em pensamento. Fazer filosofia é pensar. É aprender a pensar, ensinar a pensar, mas ensinar aprendendo, porque o professor de filosofia é, como dizia Husserl, sempre um principiante.

[LL] Reformou-se. O que vai fazer agora?
[JG] Tanta coisa! Por exemplo, gostava de reunir uma série de conceitos filosóficos que forjei e que estão dispersos. Gostava de encadeá-los num plano único.

[LL] José Sócrates é o protótipo de uma certa forma de ser portuguesa?
[JG] Para mim, ele representa a possibilidade de um autoritarismo encapotado, de que desconhecemos a natureza. Estou convencido que, num contexto adequado, a pulsão autoritária de Sócrates se expandiria e floresceria.

[Entrevista conduzida por Luciana Leiderfarb, Atual, 7AGO2010]

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