«O livro de Luciano Amaral, brilhantemente pensado e escrito, é um documento fundamental para entender os nossos sarilhos correntes: primeiro, porque apresenta a situação actual com uma revisão histórica da matéria. Mas também porque, ao contrário dos pregadores televisivos que têm curas milagrosas, o autor não embarca em fantasias.
E não embarca porque, juntamente com o rigor da análise económica, existe a coragem de uma certeza política: se a nossa fraca produtividade não nos torna competitivos num quadro europeu (e global), isso também se deve a um Estado mastodôntico que não surgiu por acaso. Ele é indissociável do nosso processo de consolidação democrática e, no limite, do regime que hoje temos. Os sábios podem vociferar contra o crescimento constante da nossa despesa pública; mas enfrentar este problema será sempre enfrentar a própria natureza deste regime – e, claro, propor um outro, menos dependente do Estado. Haverá quem esteja disposto a fazê-lo?»
[João Pereira Coutinho, Correio da Manhã, 18JUL2010]
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