17.5.10

António Guerreiro sobre Temor e Tremor, de Søren Kierkegaard


«No panorama cada vez mais rarefeito da edição de livros de filosofia, é motivo de regozijo o facto de Kierkegaard nos chegar agora, em português, não apenas através de Temor e Tremor mas também de outro título importante, A Repetição (trad., introd. e notas de José Miranda Justo), que, ao contrário do anterior, foi agora traduzido pela primeira vez.»

«[Kierkegaard] é um não-filósofo, ou mesmo um antifilósofo, para quem a filosofia é a condição negativa e necessária de uma teologia. Ele próprio se designou como poeta, remetendo para uma escrita impura, no sentido em que quebra o monologismo do dicurso filosófico através de recursos literários. Entre eles, a ironia, o humor e o cómico.»

«Na história da filosofia, Kierkegaard representa o momento inaugural da filosofia da existência. Mas a sua actualidade está sobretudo na definição de um trágico moderno que renuncia a encontrar no próprio trágico um momento redentor.»

(in Actual, 15MAI)

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