«Ao tanque hoje morreu
uma menina de água.
Está fora do tanque,
no chão amortalhada.
Desde a cabeça às coxas
um peixe a cruza e chama-a.
O vento diz "menina"
mas não pode acordá-la.
O tanque mantém soltos
os seus cabelos de algas,
e ao ar seus seios pardos
todos trémulos de rãs.
Deus te salve. Rezaremos
a Nossa Senhora de Água
pla menina do tanque
morta sob as maçãs.
Depois ponho a seu lado
duas frágeis cabaças
para que fique a flutuar,
ai!, sobre o mar salgado.» [p. 34]
Obra Poética de Federico García Lorca está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/obra-poetica-de-garcia-lorca/

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