«“Por fim, na meia-idade, / senti-me tentada a regressar à infância”, escreve Louise Glück (1943-2023) em “As Sete Idades” (2001), e umas linhas à frente esclarece: “a infância que existia na minha cabeça”. Conhecemos este autobiografismo mitológico, menos cru do que o confessionalismo de Plath, Rich ou Olds, a autobiografia como memória de imagens imaginadas: “podia viver quase por completo na imaginação”. Trata-se aqui de evocações de família, uma vida burguesa em vivendas, jardins e férias, com a irmã e os pais, “um severo, o outro invisível”. A Louise de meia-idade lembra-se da jovem Louise: “Sentei-me na cama/ a ler os meus mitos gregos à luz do candeeiro.” » [Pedro Mexia, E, Expresso, 11/07/2025: https://expresso.pt/revista/culturas/livros/2025-07-10-livros-os-mitos-de-louise-gluck-em-as-sete-idades-840316ef]
As Sete Idades (tradução de Inês Dias) e outras obras de Louise Glück estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/louise-gluck/
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