«Minha Mãe estava tranquila quanto à minha educação, e passava as semanas por casa, a escrever, a ler; no inverno vestia um kilt comprido, uma manta de xadrez nas pernas, a botija no colo, a lareira acesa; no verão, os vestidos leves de linho branco, as portas abertas para o pinhal.
Não esqueço as caminhadas de minha mãe, na praia, os sapatos de corda brancos que descalçava e sacudia da areia quando chegava ao caminho. Nenhuma pegada ficara para trás. De longe, eu via, com sobressalto, que às vezes a imagem de minha mãe desaparecia, ou porque um raio de sol a assombrasse, ou porque partia no dorso de um tubarão branco num passeio vertiginoso e imprudente, ou porque…»
Sapatos de Corda — Agustina e As Sibilas — Diálogos em Sfumato estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/monica-baldaque/
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